sábado, 30 de março de 2019

viena, áustria.


quinta-feira, 28 de março de 2019

quão estreita é a porta...

...quão apertado é o caminho. uma "sentença" bíblica num filme não menos "bíblico". os irmãos coen, a serem os irmãos coen, desta vez à boleia da netflix e de um oeste que vive o espaço e o (des)encontro. filme muito interesse com música e fotografia de grande nível.

 
a balada de buster scruggs
joel and ethan coen
[2018]

terça-feira, 26 de março de 2019

born to kill.

kubrick, kubrick, kubrick... em como nos envolve (em 1987 a olhar como se olhava, em guerra); em como nos confronta, num jogo de nós contra nós (em particular na "recruta" e na situação da "snipper"); em como trata e torna simples em argumento; em como junta cor e música... e que música, terminando com um grande pain it black, dos stones.
tu kubrick. tudo excepcional.

 
nascido para matar
stanley kubrick
[1987]

segunda-feira, 25 de março de 2019

um livro, um escritor.

salman rushdie é o seu livro. e o seu livro é um bom exemplo de como no século XX um livro pode imputar tanto em tantas pessoas, bem como um "teste" claro aquilo que são os limites (?) à liberdade de criação e de expressão. A certa altura, salman diz que a cada dia que passa sente mais orgulho da sua obra, apesar das consequências (fatwa, privação da sua liberdade, cerca de 60 mortos atribuídas à polémica) da mesma. um excelente (por simples e centrado numa longa entrevista) documentário, 30 anos após a publicação de versículos satânicos.

 
salman rushdie, perseguido pela morte
William karel
[2018]

quinta-feira, 21 de março de 2019

poesia...

Ainda bem
que não morri de todas as vezes que
quis morrer - que não saltei da ponte,
nem enchi os pulsos de sangue, nem
me deitei à linha, lá longe. Ainda bem

que não atei a corda à viga do tecto, nem
comprei na farmácia, com receita fingida,
uma dose de sono eterno. Ainda bem

que tive medo: das facas, das alturas, mas
sobretudo de não morrer completamente
e ficar para aí - ainda mais perdida do que
antes - a olhar sem ver. Ainda bem

que o tecto foi sempre demasiado alto e
eu ridiculamente pequena para a morte.

Se tivesse morrido de uma dessas vezes,
não ouviria agora a tua voz a chamar-me,
enquanto escrevo este poema, que pode
não parecer - mas é - um poema de amor. 
maria do rosário pedreira

quarta-feira, 20 de março de 2019

joão...

"...no peito dos desafinados também bate um coração." 

filhos de joão, é um documentário que toca a emergência da música popular brasileira, olhando o nascimento e o contexto dos novos baianos e o papel de joão gilberto. vê-lo é confrontarmo-nos com outro mundo, outro brasil e melhor compreender que a desafinação onde batem corações não é, claramente, apenas na voz ou na composição. para mais, umas imagens maravilhosas daquele final da década de 60 e início da de 70. uma relíquia...


filhos de joão, o admirável mundo novo baiano
henrique dantas

segunda-feira, 18 de março de 2019

3h56m...

...o tempo que alex honnold demorou a escalar, sem corda, a monumental rocha "el capitan".
um exercício poderoso, de si para (contra?) si. e uma forma de olharmos para os nossos limites (ou não limites).
um pormenor, a amígdala que precisa de (mais e mais fortes) estímulos para ser activada e para desencadear a resposta emocional conforme. e depois, a história. a sua história...



free solo
jimmy chin, elizabeth vasarhelyi
[2018]

terça-feira, 12 de março de 2019

filha/o.


segunda-feira, 11 de março de 2019

dois que, naquele momento, se transforma em um.

tango on a visit é um documentário interessante que olha o tango do seu exterior - no que ao país se refere; no que aos participantes tipo se refere. interessante ainda a simbologia associada à dança e os seus rituais, bem como uma dimensão de balanço ténue entre o gosto e o "vício", a liberdade e a prisão e a foram como este gostar entra nas vidas de quem tem este gosto. não apenas com e pelo prazer...

tango on a visit
irene schuller
[2014]

https://irene-schueller.de/portfolio/tangozubesuch/

"durante aqueles 15 minutos, duas pessoas transformam-se numa."

sexta-feira, 8 de março de 2019

mulher. ser mulher.

o dia internacional da mulher foi, é e será sempre um dia especial. um dia talvez possa vir a ser apenas de uma memória, de uma má memória, de um mundo e de um tempo em que a mulher não podia, na plenitude, ser, pensar-se, sentir-se mulher.
o ama-san traz-nos a força de ser mulher, sou a forma das ama japonesas, mergulhadoras, pescadoras, sereias. a forçar de ser-se pessoa, mulher. um filme retrato. um filme perfeito para esta data.

ama-san
cláudia varejão
[2014]

"há todo um mundo maravilhoso por entre as rochas. mas é preciso coragem para o conhecer. sem monstros não haveria aventura. as mulheres dizem que o trabalho de ama é o inferno. muitas vezes pergunto-me por que escolhi um trabalho tão duro. já aconteceu tanta coisa. ao olhar para trás, vêm-me as lágrimas aos olhos. em japonês a isto chama-se harabanjo. são os mares agitados que sobem e descem, e que podem levar-nos a todos. todos os dias são difíceis, mas todos os dias aprendo."

quarta-feira, 6 de março de 2019

selma, ou a ponte.

a ponte. que une e divide.
as pontes. que unem e dividem.
um bom filme que documenta o que de mais marcante no mundo aconteceu. ali, com pessoas, pessoas como nós, ainda que abnegadas e convictas. inspiradoras e marcantes. incríveis.

selma
ava duvernay 
[2014]

terça-feira, 5 de março de 2019

histórias...

um filme que apenas cumpre e que "(dis)rompe", para deslumbrar, numa música (em dois momentos do filme) e em parte da fotografia. ainda assim, um furo abaixo da expectativa. e do nome, do impactante nome,


histórias de bairro
Samuel benchetrit 
[2015]

segunda-feira, 4 de março de 2019

um/a, mais um/a, mais um/a, mais o keith flint.

...que perdemos. todas/os.


breathe; prodigy

entre-os-rios...

um nome forte para um acontecimento fortíssimo. era 4 de março, como hoje. era 2001. era o porto, capital europeia da cultura e com ela nascia a casa da música. nascia algo impactante. caía com impacto a maldita ponte.
regresso hoje lá, 18 anos depois, pela mão de Dulce Maria Cardoso e do ser notável texto, não esquecerás. regresso hoje lá, 18 anos depois, pela mão de joão maria grilo que, de forma não tão notável, o adaptou para uma curta metragem homónima. mas o texto, aquele texto. e o contexto, aquele contexto. e aquela viagem de autocarro, às amendoeiras que floriam...
há tantos portugais dentro de portugal.